terça-feira, 23 de abril de 2019

Morreu Maria Alberta Menéres.

Maria Alberta Menéres escreveu diversos livros do escalão infantojuvenil.

Morreu, aos 88 anos, a escritora e poetisa portuguesa Maria Alberta Menéres. A informação foi avançada pelo Diário de Notícias (DN) que cita a filha, a cantora Eugénia Mello e Castro, que viria, entretanto, a detalhar à Lusa que Maria Alberta Menéres, morreu ao final da tarde do dia 15 segunda-feira, do mês de abril de 2019, em Lisboa, na sua residência.

A autora de emblemáticas obras da literatura infantil, Maria Alberta Rovisco Garcia Menéres nasceu em Vila Nova de Gaia, em 25 de agosto de 1930, licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, foi professora do Ensino Técnico, Preparatório e Secundário, nas disciplinas de Língua Portuguesa e História, de 1965 a 1973.
Em 2010, foi agraciada com a Ordem de Mérito Civil no grau de Comendador.
Escreveu 'Ulisses', “ À Beira do Lago Encantado”, “ Dez Dedos Dez Segredos”, “ O Livro de Natal”, “ Aventuras da Engrácia”, são apenas algumas da obras que eternizaram Maria Alberta Menéres.
Foi autora, com Natércia Rocha e Carlos Correia, da coleção '1001 Detetives', da qual se editaram 16 títulos, entre 1987 e 1993.
Criadora do conceito 'Pirilampo Mágico', a convite de José Manuel Nunes, da RDP/Antena 1, foi autora durante seis anos das letras das canções dessa campanha solidária, que dura até hoje.
Na área da comunicação social, de 1974 a 1986 foi diretora do Departamento de Programas Infantis e Juvenis da Radiotelevisão Portuguesa, tendo sido autora e produtora de muitos programas televisivos para crianças e jovens, uma vez que, nessa época, como afirmou numa entrevista, "quem comandava também criava".
Colaborou com vários jornais e revistas, designadamente, Diário de Notícias, Távola Redonda, Cadernos do Meio-dia e o Diário Popular, no qual coordenou a secção de iniciação à literatura, e, de 1990 a 1993, foi diretora da revista Pais & Filhos.
Coordenou a coleção 'Cabra-Cega', das edições Fernando Ribeiro de Mello, onde se estrearam autores como António Torrado ('Pinguim em fundo branco') e António José Forte ('Uma rosa na tromba de um elefante'), e na qual foram publicados livros ilustrados por muito jovens artistas, então recém-formados, como Fernando Calhau, Eduardo Batarda ou Julião Sarmento.
Nesta coleção surgiu também o seu título 'Conversas com versos'.
Em 1975 adaptou para o português contemporâneo a obra 'Peregrinação' (1614), de Fernão Mendes Pinto, que foi editada no Brasil.
Em 1986 recebeu o Grande Prémio Gulbenkian de Literatura para Crianças, "pelo conjunto da sua obra literária e manutenção de um alto nível de qualidade".
A autora fez traduções e adaptações, escreveu dezenas de peças de teatro, e publicou 15 livros de poesia para público em geral, que será em breve "totalmente reeditada e organizada pela Porto Editora, com o título 'Poesia Completa'", disse fonte da família à agência Lusa.
Alberta Menéres organizou a 'Antologia da Poesia Moderna Portuguesa' (1940-1967), publicada em 1976 e, em 1978, com o poeta E.M. de Melo e Castro, a 'Novíssima Antologia da Moderna Poesia Portuguesa', em dois volumes.
A escritora exerceu as funções de assessora do provedor de Justiça, de 1993 a 1998, tendo sido a responsável pelas primeiras linhas de apoio a Crianças e Idosos em Portugal.



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