quinta-feira, 23 de abril de 2015

Em Abril… Datas Mil!

Para celebrarmos o Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor (23 de Abril) escolhemos O Tesouro, de Manuel António Pina (Sabugal, 18.11.1943-Porto, 19.10.2012). Claro que podíamos ter optado por qualquer outro livro. Ou quaisquer outros. Entre os milhares que a biblioteca possui. A nossa escolha ficou a dever-se ao facto de, assim, estarmos já a antecipar uma outra data que nos é igualmente muito querida, ou seja, o 25 de Abril.

Esta obra recorda-nos como era viver em Portugal antes da Revolução dos Cravos, em 1974. Por outras palavras, como era viver no «País das Pessoas Tristes». Um país ao qual havia sido roubado um tesouro preciosíssimo. Para todos, em geral, para os escritores, em particular: a LIBERDADE! «Sim, a liberdade é como o ar que respiramos […] Só quando nos falta, e sufocamos cheios de aflição, é que descobrimos que, sem ele, não podemos viver…»

(Pesquisa efectuada por Carolina Pinto, do 5.º F, e Mariana Martins, do 9.º E. As mesmas meninas que nos quiseram brindar com cravos. Como as floristas em 1974).


Ilustração 1: Capa do livro "O Tesouro".


Ilustração 2: Manuel António Pina.


Ilustração 3: D.ª Sofia na companhia da Carolina e da Mariana.






quinta-feira, 9 de abril de 2015

Roque Ribeiro de Abranches Castelo Branco
1.º Visconde de Midões
(1770-1844)

Por ocasião do Dia dos Direitos Humanos, em Dezembro, ao evocarmos Roque Ribeiro de Abranches Castelo Branco, 1.º Visconde de Midões, prometemos regressar a este conterrâneo, cuja importância transpôs, em muito, as fronteiras da sua vila natal. Agora, reiniciadas que foram as aulas, impunha-se cumprirmos a promessa. Primeiro, porque o ano passa num abrir e fechar de aulas, escrevemos, de olhos; segundo, porque era uma forma de assinalarmos o 171.º aniversário do falecimento deste ilustre midonense. A todos, votos de um excelente 3.º período!


Ilustração 1: Roque Ribeiro de Abranches Castelo Branco (1.º Visconde de Midões)



Roque Ribeiro de Abranches Castelo Branco, tal como consta do respectivo registo de baptismo, nasceu a 15 de Julho de 1770, em Midões. Era filho de Luís Ribeiro de Abreu Castelo Branco, fidalgo-cavaleiro da Casa Real, cavaleiro da Ordem de Cristo, familiar do Santo Ofício, e de sua mulher, Teresa Leonor de Vasconcelos Sotomaior de Mendonça.

Ilustração 2: Registo de baptismo (Arquivo da Universidade de Coimbra)




O pai possuía uma grande fortuna, tendo sido na sua pessoa que se reuniu a chamada Casa do Ribeirinho ou dos Abreus Abranches, no centro da vila de Midões.

Ilustração 3: Casa do Ribeirinho (Midões)


Apesar de sabermos que se formou em Direito, na Universidade de Coimbra, o certo é que só nos foi possível consultar o seu primeiro registo de matrícula, efectuado no dia 14 de Outubro de 1788, na Faculdade de Filosofia.

Ilustração 4: Registo de matrícula na Universidade de Coimbra (AUC)


Tomou parte activa na Revolução de 1820. Integrou a Junta Provincial do Governo Supremo do Reino, criada no Porto, em 24 de Agosto de 1820, como vogal, representando a Beira. Dois anos depois, foi eleito para as Cortes, pela Divisão Eleitoral de Arganil, com 4.859 votos. Se esta acção, ao tempo, lhe valeu o título, por demais honroso, de «Benemérito da Pátria», já no governo de D. Miguel foi causa de perseguição e confisco de bens.

Ilustração 5: Sequestro de bens (Arquivo Distrital de Viseu)



Reposta a ordem liberal, em 1833 foi nomeado Prefeito da Beira. O primeiro, sublinhe-se. No ano a seguir, ascendeu ao pariato, por outras palavras, tornou-se Par do Reino, o grau mais elevado dos deputados de então. D. Maria II ainda lhe proporcionou um reconhecimento maior ao agraciá-lo com o título de 1.º Visconde de Midões, por Carta Régia de 23 de Outubro de 1837. Para além de ser Senhor da Casa do Ribeirinho, em Midões, era-o também das Casas do Aido, em Cabanas, Travanca de S. Tomé, Várzea de Cavalos, Travanca de Lagos, Arganil, S. Martinho da Cortiça e Pombeiro.

Ilustração 6: Capela da antiga Casa do Aido (Cabanas)

A descendência de Roque Ribeiro de Abranches Castelo Branco é anterior ao seu casamento, em 8 de Setembro de 1806, com D. Rosa Inácia de Araújo e Azevedo, irmã do Conde da Barca. Com efeito, deste matrimónio não houve geração. Por este motivo, os herdeiros do 1.º Visconde de Midões foram filhos legitimados, como César Ribeiro de Abranches Castelo Branco, 2.º Visconde de Midões. Mas isto poderá ser matéria de outras exposições.

Ilustração 7: Casa das Quatro Estações (propriedade de César Ribeiro de Abranches Castelo Branco, herdeiro, legitimado, do 1.º Visconde de Midões)


Roque Ribeiro de Abranches Castelo Branco faleceu, a 6 de Abril de 1844, na sua Casa do Aido, em Cabanas, «com a Santa Unção somente, por não dar tempo para mais», como no-lo atesta o registo de óbito, sendo sepultado na sua Capela de Travanca de S. Tomé.

Ilustração 8: Registo de óbito (Arquivo Distrital de Viseu)



Tal como nos foi dado ler no registo de óbito, que digitalizámos, o 1.º Visconde de Midões está sepultado na sua Capela de Travanca de S. Tomé. Até ao momento, contudo, ainda ninguém nos conseguiu identificar, com exactidão, o local onde jazem os seus restos mortais. Na verdade, colocam-se hipóteses várias, desde os túmulos situados na capela-mor até ao chão do corpo central do edifício. Serás tu, aluno atento da nossa escola e frequentador assíduo desta biblioteca, quem, finalmente, irá desvendar o mistério? Muito te agradecíamos! Entretanto, podes tentar ler e transcrever os diversos documentos digitalizados ao longo desta exposição.

Prometemos recompensar-te. Não principescamente mas, como escreveria o nosso autor do mês de Março, «viscondemente»!

Ilustração 9: Capela de Travanca de S. Tomé