sexta-feira, 30 de abril de 2021

Dia da Mãe

 


Dia da Mãe é assinalado em todo o mundo, mas em datas muito diferentes

 

Em Portugal, o Dia da Mãe começou por ser comemorado a 8 de dezembro. A data foi alterada para o primeiro domingo de maio na década de 1970. Pelos quatro cantos do mundo, comemora-se o Dia da Mãe, mas a data varia consoante o país.

No próximo domingo, o primeiro de maio, assinala-se o Dia da Mãe. Durante muito tempo, em Portugal, a data comemorava-se a 8 de dezembro, dia da Imaculada Conceição, e ainda hoje há quem prefira celebrar nessa data.

A comemoração do Dia da Mãe varia muito em todo o mundo, repartida por vários meses do ano.








A origem remonta à antiguidade clássica. Na Grécia antiga, a entrada da primavera era festejada em honra de Rhea, mãe dos deuses. Já os romanos, no início de março, homenageavam durante três dias Cibele, a mãe de todos os deuses.

Os Estados Unidos da América foram o primeiro país a oficializar o Dia da Mãe, no início do século XX. A iniciativa partiu de Annie Jarvis, que entrou em depressão depois de perder a sua mãe na Guerra Civil. Annie achou que a sua e todas as outras mães americanas mereciam uma homenagem e iniciou uma campanha para cimentar a data.

Em 1914, o presidente Thomas Woodrow Wilson tornava o dia oficial. Atualmente, os americanos comemoram o Dia da Mãe no segundo domingo do mês de maio.

 

A equipa da Biblioteca para assinalar este dia escolheu estes poemas.

Para Sempre

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
— mistério profundo —
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.

Carlos Drummond de Andrade, in 'Lição de Coisas'

 

 

Poema à Mãe

No mais fundo de ti,
eu sei que traí, mãe

Tudo porque já não sou
o retrato adormecido
no fundo dos teus olhos.

Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais.

Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.

Tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura.

Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos.

Mas tu esqueceste muita coisa;
esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!

Olha — queres ouvir-me? —
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;

ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;

ainda oiço a tua voz:
          Era uma vez uma princesa
          no meio de um laranjal...


Mas — tu sabes — a noite é enorme,
e todo o meu corpo cresceu.
Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber,

Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas.

Boa noite. Eu vou com as aves.

Eugénio de Andrade, in "Os Amantes Sem Dinheiro"

 

Links de canções

 

https://www.youtube.com/watch?v=1xt9A6tyyDs                                            Pedro Abrunhosa e Camané “Quero voltar para os braços da minha Mãe”


https://www.youtube.com/watch?v=r8Lfc25cLGA                               Mariza “Mãe”







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