Maria Alberta Menéres escreveu
diversos livros do escalão infantojuvenil.
Morreu, aos 88 anos, a escritora e poetisa portuguesa Maria
Alberta Menéres. A informação foi avançada pelo Diário de Notícias (DN)
que cita a filha, a cantora Eugénia Mello e Castro, que viria, entretanto,
a detalhar à Lusa que Maria Alberta Menéres, morreu ao final da tarde
do dia 15 segunda-feira, do mês de abril de 2019, em Lisboa, na sua residência.
A autora de emblemáticas obras da literatura infantil, Maria Alberta
Rovisco Garcia Menéres nasceu em Vila Nova de Gaia, em 25
de agosto de 1930, licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas
pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, foi professora do Ensino
Técnico, Preparatório e Secundário, nas disciplinas de Língua Portuguesa e
História, de 1965 a 1973.
Em 2010, foi agraciada com a
Ordem de Mérito Civil no grau de Comendador.
Escreveu 'Ulisses', “ À Beira do
Lago Encantado”, “ Dez Dedos Dez Segredos”, “ O Livro de Natal”, “ Aventuras da
Engrácia”, são apenas algumas da obras que eternizaram Maria Alberta Menéres.
Foi autora,
com Natércia Rocha e Carlos Correia, da coleção '1001 Detetives',
da qual se editaram 16 títulos, entre 1987 e 1993.
Criadora do conceito 'Pirilampo
Mágico', a convite de José Manuel Nunes, da RDP/Antena 1, foi autora
durante seis anos das letras das canções dessa campanha solidária, que dura até
hoje.
Na área da comunicação
social, de 1974 a 1986 foi diretora do Departamento de Programas
Infantis e Juvenis da Radiotelevisão Portuguesa, tendo sido autora e produtora
de muitos programas televisivos para crianças e jovens, uma vez que,
nessa época, como afirmou numa entrevista, "quem comandava também
criava".
Colaborou com vários jornais e
revistas, designadamente, Diário de Notícias, Távola Redonda,
Cadernos do Meio-dia e o Diário Popular, no qual coordenou a secção de
iniciação à literatura, e, de 1990 a 1993, foi diretora da revista
Pais & Filhos.
Coordenou
a coleção 'Cabra-Cega', das edições Fernando Ribeiro de Mello,
onde se estrearam autores como António Torrado ('Pinguim em fundo branco') e
António José Forte ('Uma rosa na tromba de um elefante'), e na qual foram
publicados livros ilustrados por muito jovens artistas, então recém-formados,
como Fernando Calhau, Eduardo Batarda ou Julião Sarmento.
Nesta coleção surgiu
também o seu título 'Conversas com versos'.
Em 1975 adaptou para o
português contemporâneo a obra 'Peregrinação' (1614), de Fernão
Mendes Pinto, que foi editada no Brasil.
Em 1986 recebeu o Grande Prémio
Gulbenkian de Literatura para Crianças, "pelo conjunto da sua obra
literária e manutenção de um alto nível de qualidade".
A autora fez traduções e
adaptações, escreveu dezenas de peças de teatro, e publicou 15 livros de poesia
para público em geral, que será em breve "totalmente reeditada e
organizada pela Porto Editora, com o título 'Poesia Completa'", disse fonte
da família à agência Lusa.
Alberta Menéres organizou
a 'Antologia da Poesia Moderna Portuguesa' (1940-1967), publicada em 1976 e, em
1978, com o poeta E.M. de Melo e Castro, a 'Novíssima Antologia da Moderna
Poesia Portuguesa', em dois volumes.
A escritora exerceu as funções de
assessora do provedor de Justiça, de 1993 a 1998, tendo sido a responsável
pelas primeiras linhas de apoio a Crianças e Idosos em Portugal.
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