Midões
Casas com História
Midões foi berço e
ou residência de algumas das famílias mais antigas e importantes da nossa
região. Não admira, por isso, que ainda aqui existam as casas que as viram
nascer e ou crescer. Infelizmente, porém, tal como a localidade perdeu boa
parte da importância que tinha em meados do século XIX, com a transferência da
sede do concelho para Tábua, também as famílias e as casas que as abrigavam
deixaram de ter a relevância que ostentaram durante tanto tempo. A
grandiosidade e a traça das construções, no entanto, não enganam. São edifícios
com História. E com histórias. E é dessa História e são essas as histórias que
a Mariana procurou recuperar através de algumas das fotografias aqui publicadas.
Ilustração 1: Casa dos Sousas Machados
De acordo com os dados por nós recolhidos na obra Tábua. História, Arte e Memória, da
autoria do historiador de arte Marco Daniel Duarte, publicada pela Câmara
Municipal de Tábua, em 2009, esta casa terá sido construída em finais do século
XVII, vindo a ser ampliada e modificada no século seguinte. Quando chegámos a
Midões, o respetivo brasão encontrava-se envolvido em panos escuros, sinal de
que a família estava de luto. Agora, já é possível admirar o escudo
esquartelado com cinco estrelas de seis pontas, cinco arruelas e um leão.
Ilustração 2: Casa do Ribeirinho
Esta casa, como já sabemos, através de outras
iniciativas promovidas pela Biblioteca Escolar, pertenceu ao 1.º Visconde de
Midões, Roque Ribeiro de Abranches Castelo Branco. Foi construída no século
XVIII, sofrendo intervenções ao longo do tempo. Atualmente, o edifício é
propriedade de mais do que uma família. Uma das partes, aquela que pertence ao
antigo diplomata José Roque Vieira de Abranches Jordão, é cuidada, há mais de
40 anos, pelo mesmo feitor, o Sr. José Lopes da Silva. Infelizmente, não obstante
o zelo deste senhor, os efeitos do tempo vão minando a estrutura e o telhado.
Ilustração 3: Palácio de Valverde
A fazermos fé na data que se encontra na fachada
desta casa, a mesma terá sido construída em 1907. Chamar-se á Palácio de
Valverde devido ao facto de, por um lado, ficar localizada no centro de Midões
e, por outro, aquele largo ser conhecido como Valverde. Curiosamente, esta foi
a primeira casa a ser fotografada pela Mariana. Ficou maravilhada com o jardim,
profusamente florido. Com grande pena nossa, não nos foi possível entrar. Mesmo
assim, as fotografias permitem a todos apreciar a beleza dos seus canteiros.
Ilustração 4: Palácio das Quatro Estações
O Palácio das Quatro Estações foi mandado construir
pelo 2.º Visconde de Midões, César Ribeiro de Abranches Castelo Branco, no
século XIX. O imóvel fica a dever a sua designação às quatro esculturas
alegóricas das estações do ano – inverno, primavera, verão e outono – que ostenta
na fachada principal. Apesar do exterior parecer cuidado, o interior estará
bastante degradado. Segundo o que nos foi contado, está na mão de estrangeiros.
Como tantos, ao visitarem a nossa região, deixaram-se encantar pela localidade,
em geral, e por esta casa, em particular. Ainda não sabemos qual o destino que
lhe pretendem dar.
Ilustração 5: Solar do Esporão
O Solar do Esporão foi a última casa fotografada
pela Mariana. A Agostinho Borges de Figueiredo e Castro, agraciado com o título
de Visconde de Vinhal em 1889, se ficou a construção deste palacete. Por não
ter tido descendência direta, o edifício passou para uma sobrinha, Ana da Cunha
Freire Magalhães. Uma das filhas desta senhora virá a casar com José Caeiro da
Matta, professor universitário e ministro durante o Estado Novo. A nossa escola
está profundamente ligada a esta família devido ao facto dos terrenos nos quais
se encontra edificada terem sido doados por uma das suas descendentes.
Sem comentários:
Enviar um comentário